segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Seria engraçado se não fosse tão trágico


É de se indignar com o Brasil. Com o povinho que tem e o descaso das cabeças pensantes. E eu já me indigno há anos... Tive a oportunidade de viver em outras realidades e constatar que o que nos falta é penso. Falta inteligência em toda parte.
A malandragem do brasileiro pra mim é excesso de burrice.
A pessoa que atravessa a rua fora da faixa é mal educada e burra.
Quem bebe e depois dirige ou faz um cruzamento proibido, é burro.

E o que dizer da obra de um dos maiores artistas brasileiros, arquivada numa garagem e destruída num incêndio? É estupidez, é idiotice e falta de respeito. As políticas culturais do Brasil são ridículas se comparadas com qualquer outro país. Não há nenhuma lei de conservação de obras e muito menos o interesse do governo em preservar o que realmente importa.

Uma pena. Uma verdadeira lástima.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Santo Antônio, me escutas?


As sentimentalidades andam mordendo os meus dias. Talvez por estar quase descrente de que o amor is just around the corner, preciso relatar duas boas histórias de amor vividas por minhas amigas.

Uma delas se passou em Barcelona. Enquanto caminhava apressada pela Plaza Catalunya, a Emi avistou o Juan e eles sorriram um para o outro. Ele teve um instante de pura sensatez e resolveu ir atrás, caminhar mais rápido e “sem querer” tropeçar na moça. Foi o suficiente para o amor acontecer. Ele era novo na cidade e ela também. Combinaram de ir juntos à Sagrada Família e foi lá que rolou o primeiro beijo. E não se desgrudaram mais....

A outra foi assim: Ina levou um pé na bunda de um menino. Triste e sem vontade de comemorar seu aniversário, recebeu a ligação de Paula, que estava morando em São Paulo e a estava presenteando com uma passagem. Ao ser levada para o aeroporto, a cunhada de Ina pergunta: “mas o que tu vais fazer em São Paulo?” e ela responde: “conhecer meu marido!”. Mal sabia da sua profecia. Ao ser recebida em Sampa, a amiga Paula veio acompanhada de um amigo.... que acabou por ser o amor na vida de Ina.

E eu desejo toda a felicidade do mundo às pessoas que se permitem amar, sentir, gostar, desejar, querer mais.

Já tive pessoas especiais na vida, mas nenhuma que roubasse meu ar e me fizesse encher a boca pra dizer Eu te amo! Então me sinto um ser incompleto. Mas esperançoso.

Á quem interessar possa,
Estou livre e desimpedida pra amar, sentir, gostar, desejar, querer mais.

Aguardo retorno.

Atensiosamente,

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Vou voando

A primeira vez que eu andei de avião devia ter cinco anos. Fui com minha mãe e minha irmã visitar tios e primos que estavam morando em Campo Grande. Fiquei extasiada com a sensação de poder voar. Na época, a Varig trazia toalhinhas umedecidas antes de servir as refeições.
Houve uma vez, que eu não sei por que, mas fomos contemplados com um upgrade! Ao invés de nos sentarmos junto aos reles mortais na segunda classe, nos misturamos aos poderosos da classe executiva. Um luxo! Nécessaire com pasta e escova de dentes, um creme hidratante e uma toalhinha especial, uma pantufa e uma coberta. Ganhei tudo isso!
- mamãe, agora só quero viajar assim!
- isso não é pra gente, minha filha. Papai conseguiu, mas é só hoje.

E na época que podia fumar no avião. Que nojo!
O tempo passou, muita coisa mudou.

Acho que foi na ida para a Austrália que eu deixei de gostar de andar de avião. Não há glamour, nem diversão. Eu já não cabia deitada em dois bancos e o desconforto passou a imperar. Não há ser que agüente 15 horas diretas em um avião.

De lá pra cá, passei a gostar mesmo dos aeroportos. O ir e vir das pessoas. Despedidas, reencontros. Adoro observar as pessoas e criar histórias para elas. Ótima distração.

E como aeroporto é palco sem dono, dei para dramatizar nas minhas viagens. A melhor interpretação foi na minha vinda para visitar a família e festejar o aniversário de 60 anos de meu pai. Saí de Barcelona lépida e faceira. A primeira a fazer o check-in! Entrego a passagem, esboço um sorriso e me informam que terei de passar a noite em Milão!
-cómo? No, no. No me compreendes. Es La boda de mi hermana!
Bastou falar a palavra casamento pra menina pular do balcão, se agarrar no supervisor e comprar a minha briga.
Eu só pensava comigo, se a Francesca conseguir me colocar em outro voo, ela ganha os Lindt que eu to levando pra vó.
Ela tentou de tudo. Mas não conseguiu. E eu em prantos!
No embarque a vi cochichar com uma colega: -pobrecita, se iba a la boda de su hermana!

(detalhe, minha irmã casou-se somente dois anos depois! Arisquei a mentira pra chegar a tempo de surpreender meu pai no dia do seu aniversário).

Então eu gostei dessa história de chorar em aeroportos e aviões. Todo mundo se sensibiliza e o território é totalmente propício para as lágrimas. Ninguém condena!
Domingo chorei durante uma hora no voo que me trouxe do Rio.

Ganhei olhares solidários das aeromoças. E guardanapos extras na entrega do lanche.



Eu tenho duas teorias sobre aeroportos:
1. Dá fome!
2. O lugar é palco de grandes histórias de amor (só perde em charme para estações de trem).