quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Hello, Moto


Disso todo mundo já sabe: depois que a gente adere ao celular, não vive mais sem. Por ironias do acaso, tive mais Motorolas do que quis. Resistente, fui presenteada num natal, ou seja, me enfiaram goela abaixo a P**** do Motorola “do Guga”. Lindinho, mas ordinário!
Tive Nokia, LG, Samsung e, quem diria, o plano empresarial me deu um Motorola! Eu arisco em dizer que seria uma pessoa mais feliz se eu tivesse qualquer outro celular que não fosse o maldito Motorola.
À primeira vista, ele é bonitinho, fininho, moderninho e complicado. Levei 25 dias para conseguir me achar no menu. A palavra de ordem da Motorola deve ser “porque facilitar se podemos complicar?”. Com muito sacrifício consegui completar minha agenda, acertar o despertador, descobrir como mandar mensagens e deu. Com essas três informações eu já estava mais do que satisfeita. Celular é pra fazer contato com outras pessoas e pronto. No máximo usar a calculadora pra dividir a conta do bar.
E quando eu já estava acostumada com o aparelhinho pretinho, que abre e fecha – fazendo qualquer ligação parecer cena de um filme em que a mocinha “bate” o telefone na cara do cafajeste e decide mudar a sua vida – o maldito resolve que a bateria já era. Guloso, precisa de recargas diárias. E já me aprontou peças dignas de ataques histéricos no meio da rua.
- Alô?
- Lú?
- eu! Quem fala?!
- é o...
Arrrrgggghhhh. Morre! Aparentemente carregado, me pega de surpresa toda vez que atendo uma chamada. Tem vezes que eu já nem digo alô e deixo a pessoa do outro lado da linha toda confusa. Eu nunca sei quando vou ficar falando sozinha feito uma esquizofrênica.
Da vez que uma amiga me ligou pedindo conselho e eu engatei uma primeira e desandei a falar, enumerei todas as vantagens de ser mulher, solteira e jovem numa sexta-feira a noite e quando me dei conta, ou a amiga subitamente tinha ficado muda ou eu estava há 15 minutos falando pro além. Tive que rir.
Eu seria uma pessoa menos irritada e ansiosa se o Piiiiiiii do Motorola não me perturbasse. Vai acabar a bateria? Piiiiii. Uma chamada não atendida? Piiiii. Chegou uma mensagem e ainda não li? Piiiiii.
PQP!
Pára de apiiiiiitar e deixa eu viver minha vida. Me deixa em paaaaaz. Eu não atendi aquela ligação por que EU não quis e tu não precisas ficar me avisando que fulaninho de tal me ligou ou que a PIIII da mensagem ficou sem resposta. E, por favor, tenha piedade, eu não quero saber cinco horas antes que tu vais apagar!

Fuck you. Fuck you very, very much!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Escuta


Tem um silencio que precede o dia do aniversário. O silencio da alma, que refaz todas as possibilidades, desde a forma da comemoração até o gosto do bolo. Caminha até o armário e tira de lá a roupa que não serve mais, a que não veste bem. Busca na estante um livro pra reler e na garagem uma tralha pra jogar fora.
Não sei se é o final de ano que se aproxima, a idade pegando ou o acaso da vida. O que sei é que tem um silêncio que me fere por dentro. É um tal de “o resto da minha vida”, as escolhas que eu tenho que fazer. Seria mais fácil cada um receber um manual da existência, em cada pergunta-oportunidade-momento de decisão ter as opções “a”, “b” e “c”. Assim de fácil. E o gabarito aponta os erros cometidos no caminho.
Eu não acredito em escolhas erradas, creio em tropeços, falta de atenção. Tenho mania de achar que tudo é pra sempre e estático, quando na verdade está tudo em movimento.
Ai, a idade... ao me aproximar dos 30 pesa o querer independência financeira, minhas próprias paredes e congelar meus óvulos enquanto eles estão perfeitinhos!

Ou talvez seja melhor escutar o que o silêncio tem pra me dizer...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Seria engraçado se não fosse tão trágico


É de se indignar com o Brasil. Com o povinho que tem e o descaso das cabeças pensantes. E eu já me indigno há anos... Tive a oportunidade de viver em outras realidades e constatar que o que nos falta é penso. Falta inteligência em toda parte.
A malandragem do brasileiro pra mim é excesso de burrice.
A pessoa que atravessa a rua fora da faixa é mal educada e burra.
Quem bebe e depois dirige ou faz um cruzamento proibido, é burro.

E o que dizer da obra de um dos maiores artistas brasileiros, arquivada numa garagem e destruída num incêndio? É estupidez, é idiotice e falta de respeito. As políticas culturais do Brasil são ridículas se comparadas com qualquer outro país. Não há nenhuma lei de conservação de obras e muito menos o interesse do governo em preservar o que realmente importa.

Uma pena. Uma verdadeira lástima.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Santo Antônio, me escutas?


As sentimentalidades andam mordendo os meus dias. Talvez por estar quase descrente de que o amor is just around the corner, preciso relatar duas boas histórias de amor vividas por minhas amigas.

Uma delas se passou em Barcelona. Enquanto caminhava apressada pela Plaza Catalunya, a Emi avistou o Juan e eles sorriram um para o outro. Ele teve um instante de pura sensatez e resolveu ir atrás, caminhar mais rápido e “sem querer” tropeçar na moça. Foi o suficiente para o amor acontecer. Ele era novo na cidade e ela também. Combinaram de ir juntos à Sagrada Família e foi lá que rolou o primeiro beijo. E não se desgrudaram mais....

A outra foi assim: Ina levou um pé na bunda de um menino. Triste e sem vontade de comemorar seu aniversário, recebeu a ligação de Paula, que estava morando em São Paulo e a estava presenteando com uma passagem. Ao ser levada para o aeroporto, a cunhada de Ina pergunta: “mas o que tu vais fazer em São Paulo?” e ela responde: “conhecer meu marido!”. Mal sabia da sua profecia. Ao ser recebida em Sampa, a amiga Paula veio acompanhada de um amigo.... que acabou por ser o amor na vida de Ina.

E eu desejo toda a felicidade do mundo às pessoas que se permitem amar, sentir, gostar, desejar, querer mais.

Já tive pessoas especiais na vida, mas nenhuma que roubasse meu ar e me fizesse encher a boca pra dizer Eu te amo! Então me sinto um ser incompleto. Mas esperançoso.

Á quem interessar possa,
Estou livre e desimpedida pra amar, sentir, gostar, desejar, querer mais.

Aguardo retorno.

Atensiosamente,

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Vou voando

A primeira vez que eu andei de avião devia ter cinco anos. Fui com minha mãe e minha irmã visitar tios e primos que estavam morando em Campo Grande. Fiquei extasiada com a sensação de poder voar. Na época, a Varig trazia toalhinhas umedecidas antes de servir as refeições.
Houve uma vez, que eu não sei por que, mas fomos contemplados com um upgrade! Ao invés de nos sentarmos junto aos reles mortais na segunda classe, nos misturamos aos poderosos da classe executiva. Um luxo! Nécessaire com pasta e escova de dentes, um creme hidratante e uma toalhinha especial, uma pantufa e uma coberta. Ganhei tudo isso!
- mamãe, agora só quero viajar assim!
- isso não é pra gente, minha filha. Papai conseguiu, mas é só hoje.

E na época que podia fumar no avião. Que nojo!
O tempo passou, muita coisa mudou.

Acho que foi na ida para a Austrália que eu deixei de gostar de andar de avião. Não há glamour, nem diversão. Eu já não cabia deitada em dois bancos e o desconforto passou a imperar. Não há ser que agüente 15 horas diretas em um avião.

De lá pra cá, passei a gostar mesmo dos aeroportos. O ir e vir das pessoas. Despedidas, reencontros. Adoro observar as pessoas e criar histórias para elas. Ótima distração.

E como aeroporto é palco sem dono, dei para dramatizar nas minhas viagens. A melhor interpretação foi na minha vinda para visitar a família e festejar o aniversário de 60 anos de meu pai. Saí de Barcelona lépida e faceira. A primeira a fazer o check-in! Entrego a passagem, esboço um sorriso e me informam que terei de passar a noite em Milão!
-cómo? No, no. No me compreendes. Es La boda de mi hermana!
Bastou falar a palavra casamento pra menina pular do balcão, se agarrar no supervisor e comprar a minha briga.
Eu só pensava comigo, se a Francesca conseguir me colocar em outro voo, ela ganha os Lindt que eu to levando pra vó.
Ela tentou de tudo. Mas não conseguiu. E eu em prantos!
No embarque a vi cochichar com uma colega: -pobrecita, se iba a la boda de su hermana!

(detalhe, minha irmã casou-se somente dois anos depois! Arisquei a mentira pra chegar a tempo de surpreender meu pai no dia do seu aniversário).

Então eu gostei dessa história de chorar em aeroportos e aviões. Todo mundo se sensibiliza e o território é totalmente propício para as lágrimas. Ninguém condena!
Domingo chorei durante uma hora no voo que me trouxe do Rio.

Ganhei olhares solidários das aeromoças. E guardanapos extras na entrega do lanche.



Eu tenho duas teorias sobre aeroportos:
1. Dá fome!
2. O lugar é palco de grandes histórias de amor (só perde em charme para estações de trem).

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

memória de 1G

Em plena terça-feira, encontro embaixo do portão da garagem  uma correspondência do Tribunal de Justiça do RS, intimando minha mãe a comparecer ao Forum Central dia tal, hora tal. Um oficial de justiça havia passado lá em casa. Bateu, bateu e ninguém atendeu.
Ai, meu Deus, será que minha mãe vai ser presa?
Ligo pra minha irmã que fez direito e trabalha no Tribunal Regional Federal (porque se eu disser que ela é advogada ela me corrige: sou funcionária publica federal!).
- Ashley, chegou uma intimação de um oficial de justiça pra mãe. O que será?
- O que que diz?
- pititi patata
- ih, não tenho a menor ideia. Diz pra mãe me ligar quando chegar. Vou ver se encontro alguma informação.

Surpreendo minha mãe com a tal correspondên e ela tremendo liga pra minha irmã.

- Mãe, tu estás despejando Falana e Fulano de tal!
- Eu? Mas eu nem conheço essa gente, minha filha.
- Como não conhece? Tu entrasse com uma ação contra eles. Tá dizendo aqui.
- Que ação? Eu?
- É, mãe, tu!
- Mas eu não sei de quem se trata!
- Ai, Jesus.
- ...
- o que que pode ser, mãe?
- EU NÃO SEI!
- Tu tens que ir lá na quinta de manhã. Sugiro que tu leves um advogado!
- Advogado? Pra quê???
- ué. sei lá. por garantia.
- e por que tu não vais comigo?
- Porque eu não sou advogada!
- Pergunta pro teu tio se ele sabe alguma coisa. Que processo será esse?
- Ai, mãe, liga tu.
- Tu não podes fazer isso por mim?
- Não é questão de poder ou não.
- Então qual é?
- ...
- Ah, peraí, agora eu tô me lembrando, a Tata me fez assinar um papel. Tem gente devendo o aluguel de uma sala.... deve ser isso.
- Pô, mãe! não podia ter lembrado disso antes?!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Chá de Maracujá

Essa coisa de ter blog gera uma certa ansiedade. Todo o dia eu penso que tenho a obrigação de postar algo. Mas quem me obriga? Se a minha única seguidora é uma amiga tão querida que relevaria qualquer falha de update...

Então não tenho ninguém à responder a não ser eu mesma.

ih, complicou.

Vou seguir ansiosa pensando no que postar no dia de amanhã.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Diálogo entre duas loucas

Querida Luzita!!!
Estou aqui no consultório parada a quase uma hora por que quando chove os pacientes desistem da consulta (eu faria o mesmo!), mas claro que o paciente das SEETEE horas virá com certeza e tem que ser hoje. O mala ainda é do convênio...então ficarei aqui no aguardo para atendê-lo (não sei se o novo português se escreve assim). Bom, estando parada o que fiz???? Fui até a cafeteria tomar um café com leite e comi uma trufa de branquinho. Momento de puro extase, seguido de um momento de culpa: comecei a visualizar meu culote e lentamente a trufa se grudando a ele. Me lembrei então da "massagista com gesso" que tu falou ontem que é perto de casa...preciso do contato!!!!!
Bjs doces e culpados hehehe

hahahahaha, Vá, tu é ótima!
Enquanto eu lia o teu email, fui imaginando o que estaria por vir...
Primeiro, pensei que tu fosses me convidar para descer e tomar um café com a tua pessoa. Depois, achei que tu quisesses dividir tua culpa... não ia dar! Já tenho as minhas para controlar.
Seguinte, a Wanda, que é fisioterapeuta, além de personal e fofoqueira, faz essa tal massagem modeladora com gesso e outras mais.
Vou te passar o contato.

E não se culpe, em dias de chuva, além dos pacientes não irem às suas consultas do dentista, as calorias não se prendem aos culotes. É uma lei da física!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Ctrl C, Ctrl V

Como descrever um sonho?
Não vou me preocupar com o tim-tim por tim-tim e nem ser mil por cento fiel ao que realmente aconteceu no meu incosciente...

All of a sudden eu tava em Barcelona e tinha três dias para visitar, sentir gostos e cheiros da cidade. Uma sangria desatada. Lembro de passar por umas meninas comendo a pizza do Borne! Aii, a pizza do borne e seus atendentes boludos. Bando de argentinos servindo empanadas. Sentar no balcão e comer uma fatia de pizza de espinafre, uma empanada de jamón y queso e levar um alfajor Havana pra casa. E falando em Havana, lembrei do restaurante cubano que eu nunca mais voltei. Ele está lá, escondido numa das ruazinhas miúdas do borne. Pára tudo! Fui capaz de salivar o gosto da yuka do restaurante africano que eu não sei o nome, tampouco a rua, só sei que pra chegar lá tem que entrar na ruela do lado do restaurante de Tapas que fica na Argentería, aquele perpendicular a Santa Maria Del Mar.
Ta mas e o sonho?
Seguiu-se com um trago fenomenal. Cava, cava e mais cava. E quando eu quis ir pra champañeria alguém me disse pra beber o que eu tinha no copo! Daria um dedo por um pimiento da Xampaniet explodir na minha boca!

Misturo sonhos com meus devaneios...

Isso tudo culpa de uma amiga que me mostrou na semana passada o recurso do Google maps: o que te faz adentrar uma cidade, andar pelas ruas e ver até as pessoas caminhando, os carros passando.

Aguardo ansiosamente a tecnologia do tele-transporte!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Dona Cora!

Todo prédio comercial deve ter a sua. Aquela mulher que sabe tudo o que acontece em cada andar, em cada sala. De uniforme azul marinho e cabelo curtinho, andar e fala rápida. Dessas sem noção. Daquelas que entram atrás de ti no elevador, falando alto:
- Bom dia!
- Bom dia, Dona Cora!
- Tu toma anticoncepcional?
- ãh?
- pílula, tu tomas?
- ai,. sim...tomo...
- eu vou conseguir umas pra ti!
Eita!
Pior foi saber que todas as novas funcionárias passam pelo crivo da Dona Cora. Ninguém está imune a essa pergunta. Nem mesmo os homens. Dona Cora consegue anticonceptivos para as mulheres, noivas, namoradas e ficantes...
E quando ela pegou a dentista do quinto andar pela mão e levou-a até o advogado do nono:
- Vocês são brancos e solteiros que se entendam!!
Deve ter um pré requisito especial pra ser a mulher da limpeza em condomínios comerciais...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ai, essas crenças populares

A criança tinha descoberto que se olhasse por debaixo de suas pernas veria o mundo de outra maneira. Provavelmente, de cabeça para baixo. E veio a mãe da criança acabar com a fantasia de uma terceira pessoa que nada tinha que ver com aquilo. Parece que quando a criança está nessa posição de “v” invertido, para a pessoa que a bunda aponta parece que vem nenê...
E eu inocentemente vendo a cena e sendo acusada de ser a próxima da família a procriar...

Ai, essas crenças populares!

Só servem pra deixar as pessoas com os olhos semi serrados imaginando algum fundamento.

Lições da vovó



Minha vó disse pra mim que meus óculos de sol eram grandes demais para o meu rosto. Falou duas, três vezes. Mas eu adoro meus óculos enormes, já fazem parte de mim. E não me lembro de ter pedido a opinião dela quanto aos meus acessórios! 
Como temos mania de falar quando não somos chamado ou dar nossa opinião quando ela não é requisitada. Feia essa mania. Melhor aprender com os erros de minha avó... 


Lembrei de um comentário fora da minha alçada que eu fiz. Condenei o namoro de um casal por considerar a menina muito nova para o cara. E foi uma amiga que me chamou atenção: mas o que tu tens a ver com eles? 
- Nada! me causa repulsa pensar nele transando com ela... acho até que é ilegal.
- E que tu tens a ver com isso???
-é... absolutamente nada!




Comprei um óculos menor e parei de achar feio essa coisa de casal com diferença de idade. Muito menos me preocupar o que acontece com eles à quatro paredes.