Tem um silencio que precede o dia do aniversário. O silencio da alma, que refaz todas as possibilidades, desde a forma da comemoração até o gosto do bolo. Caminha até o armário e tira de lá a roupa que não serve mais, a que não veste bem. Busca na estante um livro pra reler e na garagem uma tralha pra jogar fora.
Não sei se é o final de ano que se aproxima, a idade pegando ou o acaso da vida. O que sei é que tem um silêncio que me fere por dentro. É um tal de “o resto da minha vida”, as escolhas que eu tenho que fazer. Seria mais fácil cada um receber um manual da existência, em cada pergunta-oportunidade-momento de decisão ter as opções “a”, “b” e “c”. Assim de fácil. E o gabarito aponta os erros cometidos no caminho.
Eu não acredito em escolhas erradas, creio em tropeços, falta de atenção. Tenho mania de achar que tudo é pra sempre e estático, quando na verdade está tudo em movimento.
Ai, a idade... ao me aproximar dos 30 pesa o querer independência financeira, minhas próprias paredes e congelar meus óvulos enquanto eles estão perfeitinhos!
Ou talvez seja melhor escutar o que o silêncio tem pra me dizer...
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