terça-feira, 4 de maio de 2010

A arte de bem receber

Estive na Bahia para participar do casamento de um casal de amigos. Ela, baiana. Ele, carioca. Os convidados, de toda a parte do Brasil. Só na minha “turma” tinha gaúcho, paulista, goiano, baiano e carioca. Miscigenação de sotaques.
A noiva, minha amiga, sempre me recebeu muito bem na sua casa, tanto em Barcelona (quando virávamos a noite fazendo algum trabalho para o pós ou pelo prazer da companhia. Foi pra ela que eu liguei quando fui demitida e levado um pé na bunda, pois eu sabia que na casa dela teria conforto), quanto no Rio de Janeiro, onde mora atualmente.
Mesmo sabendo dessa maneira braços abertos que ela tem, me surpreendi ao chegar no aeroporto de Salvador e receber uma mensagem no celular: to chegando. Sem aviso prévio, ela e o noivo foram me buscar. E não só eu como TODOS os convidados que vieram de fora. Passaram a véspera do casório num vai e vem aeroporto-pousada e sempre com sorrisos nos rostos, abraços apertados, carinho e atenção.
Em um casamento que recebe gente de outros lugares não é de se estranhar que algumas coisas sejam pré estabelecidas pelos anfitriões. A mãe da noiva, uma pessoa que adora receber gente comandava a festa. Agilizou caronas, improvisou almoço. Até a casa dela é projetada de forma a bem receber seus amigos. Existe uma área especial para isso. Uma varanda, uma sala enorme com televisão e um sofá gigante, daqueles que cabem umas 20 pessoas. Nem todo mundo tem esse dom, o de fazer todo mundo se sentir bem recebido, mas quem tem, está no sangue.
E como faz a diferença estar com pessoas que te fazem se sentir bem, confortável. É mais fácil a interação, a sintonia se afina, não é preciso formalidades. Só corre-se o risco de sentir-se em dívida com o anfitrião. Fui tão bem recebida que não posso dizer que eu tenha retribuído à altura.