Eu leio os poemas no ônibus. Sentada ou de pé, eu deixo a mente ser guiada pelas palavras quem vêm afixadas na janela. E creio nelas. Tem uns que não me pegam e outros que ajudam na minha viagem, geográfica ou espiritual.
Foi lendo um desses poemas que fiz uma grande reflexão. Sobre urgência. O que é urgente e prioritário pode mudar em um breve instante. Como perder a parada de ônibus, ter que descer em lugar desconhecido e refazer o caminho.
Adianta sair correndo para recuperar o trajeto perdido? A pressa muitas vezes atrapalha o observar da paisagem. Estar focado só no ponto de destino é perigoso. Perde-se o gosto pelo improviso, a possibilidade do desvio, a surpresa do atalho.
Tudo é um processo. O caminho, o percurso, o caminhar. A urgência, que deveria ser a exceção, tornou-se rotina. Assim como os poemas no ônibus que acompanham o meu viajar.
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