Encontrei Luisa sentada à porta do bar que eu estava, ela completava um álbum de figurinhas quando tomei conhecimento dela, no exato instante em que dizia ao menino que cuidava dos que entravam e saíam: “Eu já sei que princesa eu seria!” Eu simplesmente não podia entrar sem saber quem era.
Essa aqui ó, a Bela Adormecida. Pedi que ela me contasse a história, já que a minha memória estava me traindo. Eu tinha sido bem mais Cinderela e Branca de Neve. Do conto, só sabia que a protagonista dormira por vários anos e fora acordada por um beijo de um príncipe. Luisa me contou algo sobre o tal príncipe e seu cavalo.
Quis saber por que ela tinha escolhido a Bela Adormecida. E de pronto, sem precisar organizar argumentos, Luisa me disse que gostava do nome da princesa. Ela queria ser Aurora!
A pequena Luisa queria ter outro nome, talvez por achar que assim seria princesa, andaria de cavalo e teria seu próprio príncipe. Seria minha vida algo diferente se eu mesma fosse Iasmin, Ariel ou Bela?
Não poderia ser Patricia, nem Ângela como minha mãe e minha irmã. Ou Fernanda, Luiza, Isabela, Liliane, Mariane, Laura, Gabriela ou Juliana como minhas primas. Ou então Marilia, Roberta, Carolina, Débora, Mariana ou Alexandra, o mesmo que minhas amigas.
Eu nunca poderia ser nada além de Lúcia. Mesmo que alguém diga que é o nome de sua vó e que devo ter sofrido na infância, quando, de fato, meu nome incomodava. Só poderia ser o que aprendi a ser desde o dia que reconheci meu próprio nome ser chamado.
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